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O Brasil será o maior produtor mundial de carne bovina em cinco anos, ultrapassando os Estados Unidos. A projeção é do presidente da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), Nabih Amin El Aouar.

“Já somos os maiores exportadores de carne bovina desde 2004 e temos o maior rebanho comercial. Se o cenário se mantiver, até 2025, seremos também os maiores produtores de carne do mundo”, destaca Nabih.

Segundo ACNB, o Brasil assumiu a liderança das exportações de carne bovina em 2004, atingindo 1,17 milhão de toneladas, contra 1,16 milhão/t dos Estados Unidos.

“Em 2019, exportamos 1,9 milhão de toneladas, com faturamento de US$ 7,7 bilhões. Os EUA venderam 1,43 milhão/t, e a Austrália, cerca de 1,3 milhão/t. A liderança é consolidada”, ressalta presidente da ACNB.

“Quanto à produção entre 2004 e 2019, o Brasil saltou de 8 milhões/t para 10 milhões/t, e os EUA cresceram de 11 milhões/t para pouco mais de 12 milhões de toneladas”, acrescenta o presidente da associação.

Nabih observa que o maior gargalo da pecuária de corte brasileira, hoje, é a falta de padronização das carcaças. “Infelizmente, falta conhecimento a muitos produtores. Por isso, muitas vezes não sabem qual o nível de excelência exigido pelo mercado. Superado esse desafio, tenho confiança que não haverá limites para a carne bovina brasileira.”

Crescimento sustentável

Para o dirigente da ACNB, a perspectiva de crescimento é “de forma vertical e sustentável, reforçando para o mundo que o pecuarista brasileiro produz alimentos com responsabilidade social e ambiental”.

Presidente da entidade de criadores de Nelore, que representa cerca de 80% do rebanho brasileiro, Nabih informa que os trabalhos da ACNB  estão voltados para o melhoramento genético da raça e serviços para os pecuaristas serem mais eficientes.

“Graças ao investimento em genética feito pelos pecuaristas nas últimas décadas, o Nelore sofreu uma grande transformação, superando todas as metas. É considerada a raça mãe da pecuária no Brasil. E melhora a cada ano, oferecendo ao mercado animais cada vez mais jovens, com carcaças mais pesadas e com um melhor acabamento de gordura.”

A ACNB, pontua Nabih, promove o Programa de Qualidade Nelore Natural, iniciativa que premia os produtores que cumprem determinados requisitos de qualidade. A entidade também faz, em parceria com a Friboi e a Frisa, o Circuito Nelore de Qualidade, para avaliação de carcaças bovinas em todo o país.

Ele também se mostra otimista em relação ao cenário pós-pandemia do novo coronavírus. “Após um 2019 com resultados fantásticos para a pecuária de corte, a expectativa ficou ainda maior para este ano. Por enquanto, o setor tem reagido bem à crise, com bons números de exportação. A incógnita é o consumo interno. Mesmo que tenhamos um cenário negativo no curto prazo, estou otimista que em, no médio prazo, voltaremos ao ritmo normal de desempenho, já que o brasileiro é apaixonado por carne”.